quinta-feira, 2 de junho de 2011

As 10 Mentiras Contadas Para As Crianças


 

Coitado de mim! Fui enganado por anos e nunca descobri! Até hoje! Não entendeu? Deixa que explico. Existem 10 mentiras, que para  muitos ainda é verdade, que rodam a nossa cultura e os adultos fazem questão de nos contar. Muitos fazem para nos enrolar (¬¬) e outros porquê também acreditam nessas mentiras e nos fazem acreditar em cada coisa ¬¬! Vejam!



1 – Não pode entrar na piscina depois de comer! Faz mal!!!!
Por que é mentira: Pode reclamar de barriga cheia! Entrar na piscina para se refrescar depois de comer não faz mal nenhum, exceto, é claro, se a água estiver numa temperatura extrema – muito gelada ou escaldante. O que pode ser perigoso é, até duas horas após a refeição, sair nadando feito um louco. A atividade física intensa faz o sangue, que deveria se concentrar na digestão, ser deslocado para acelerar os músculos, o coração e a respiração.(!) Se o problema não está na água, e sim na atividade física, é claro que tomar um bom banho de chuveiro após as refeições também está liberado.

2 – Menino, sai de perto da TV, que estraga a vista!!!
Por que é mentira: A luminosidade e os raios emitidos pela telinha, de perto ou de longe, não causam danos permanentes nos olhos de ninguém. O máximo que pode rolar, momentaneamente, é um cansaço da vista ou umressecamento do globo ocular, porque a pessoa “vidrada” na programação acaba diminuindo a frequência das piscadas.(!)Ler com pouca luz ou dentro de um carro em movimento pode até causar dor de cabeça, tontura e outros desconfortos, mas também não estraga a capacidade de visão.

3 – Se você não ficar quieto, a caxumba vai descer!
Por que é mentira: A caxumba em geral se manifesta pelo inchaço das parótidas, glândulas salivares que ficam abaixo da orelha. Ela realmente pode atacar outros tecidos, inchando também os testículos e dando a impressão de que a inflamação “desceu”. Mas isso só rola se o sistema imunológico da pessoa estiver fraco. Desde que não debilitem o sistema imunológico, os exercícios físicos estão liberados.(!)Pouca gente sabe, mas a caxumbapode atacar diretamente os testículos sem se manifestar nas parótidas, ou seja, sem deixar a pessoa com aquelas típicas bochechas inchadas.

4 – Videogame não! Por que estraga a televisão!
Por que é mentira: Essa lenda cheira mais a disputa pelo controle remoto… Os jogos eletrônicos desgastam a TV na mesma medida que novelas, partidas de futebol, telejornais… Ou seja, qualquer programação que mantenha o monitor ligado. Quanto mais tempo ele permanecer funcionando, mais cedo virão os problemas técnicos.(!)Imagens estáticas exibidas por muito tempo podem “queimar” a telinha, deixando marcas permanentes. Mas isso vale tanto para games com contadores de pontos fixos como para canais de TV que exibem sua marca no canto da tela.

5 – Se você tomar friagem vai ficar gripado!
Por que é mentira: Gripes e resfriados são doenças respiratórias causadas por vírus que podem ser contraídos pelo ar ou por contato direto entre as pessoas. Até hoje, nenhum estudo provou que seres humanos submetidos a baixas temperaturas – a popular “friagem” – correm mais riscos de contrair essas doenças. Esse mito pode ser explicado porque, em dias mais frios, as pessoas passam mais tempo aglomeradas em ambientes fechados, o que facilita a contaminação. Além disso, alguns tipos de vírus da gripe se multiplicam mais no inverno.

6 – Manera no chocolate porquê dá muita espinha!
Por que é mentira: Alguns estudos até associam uma dieta rica em açúcar com o aparecimento de espinhas, mas não há nada especificamente condenando o chocolate. Além disso, a predisposição genética e as alterações hormonais – comuns na adolescência e em momentos de estresse – é que são os principais responsáveis pelas espinhas.(!)Essa lenda pode ter surgido porque muitas pessoas tendem a consumir mais chocolate nos períodos em que estão mais tensas ou ansiosas – situações em que os hormônios ficam mais à flor da pele, estimulando as espinhas.

7 – Passa um pouco de gelo nessa queimadura!
Por que é mentira: Poucas mães acertam na hora de dar conselhos sobre como tratar uma queimadura. Emcontato prolongado com a pele, o gelo também queima. Além disso, ele pode grudar e descolar a pele que protegeria o local atingido. Pasta de dentes, manteiga e qualquer outro produto caseiro também devem ser evitados. Em queimaduras leves, a melhor indicação é usar água fria para resfriar o local queimado e deixar o organismo se curar sozinho. Em queimaduras mais graves, corra para um hospital, ok?.

8 – Se não usar óculos, seu grau vai aumentar!
Por que é mentira: A progressão ou estabilização do grau de deficiência visual acontece naturalmente e varia de pessoa para pessoa. Usar ou deixar de usar óculos não interfere nesse processo. As lentes só servem para corrigir as falhas oculares que atrapalham a formação da imagem.(!)Os óculos para estrabismo (”vesguice”) educam os olhos a corrigir os movimentos descoordenados. Nesse caso, a falta de uso pode resultar numa acomodação permanente da visão com problemas.

9 – Sorvete não, senhor! Você está com dor de garganta! Aonde é que já se viu…
Por que é mentira: Não caia nessa fria! A inflamação da garganta, que em geral aparece junto com gripes e resfriados, é causada por vírus – e, em alguns casos, por bactérias – que não têm nada a ver com um delicioso sorvete. Pelo contrário! Se a irritação da garganta estiver incomodando muito, um sorvetinho bem gelado até ajuda a aliviar a dor. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Sorvete, o brasileiro consome em média 2,7 litros de sorvete por ano – só um décimo do consumo per capita da Nova Zelândia, país líder no rankingmundial.

10 – Se engolir o chiclete ele gruda no estômago!
estomacais, o chiclete não fica grudado ali. A tendência é que ele saia junto com as fezes. Mas, se você engolir muitos chicletes, pode dar o azar de eles obstruírem a saída do estômago ou do intestino. Aí, o jeito é apelar para uma cirurgia…O maior prejuízo que o chiclete provoca no estômago é que a mastigação constante “engana” o órgão: ele acumula suco gástrico à espera de um alimento. Como a comida não vem, esse suco acaba irritando as paredes estomacais, podendo causar uma gastrite.

Fonte: http://www.loucospordeus.com/2010/04/as-10-maiores-mentiras-contada-para-as.html


''Deixando Claro que Tem Coisas que
 Mesmo Assim ainda Acredito!'' By : Cammy

domingo, 8 de maio de 2011

Teoria Behaviorista


Behaviorismo
O termo Behaviorismo foi inaugurado pelo americano John B. Watson, em um artigo (1913) que apresentava o título "Psicologia como os behavioristas a vêem". O termo inglês behavior significa comportamento, daí se denominar esta tendência teórica de behaviorismo. Mas,também utilizamos outros nomes para designá-la, como comportamentismo, teoria comportamental, análise experimental do comportamento.

Visão Sobre Behaviorismo

Behaviorismo é a corrente da psicologia que defende o emprego de procedimentos estritamente experimentais para estudar o comportamento (conduta), considerando o ambiente como um conjunto de estímulos.

Começo do século XX, John B. Watson propôs estudar a psicologia empregando somente procedimentos objetivos para estabelecer resultados estatisticamente válidos. Este enfoque levou-o a formular a teoria psicológica do estímulo-resposta: todas as formas de comportamento podem ser analisadas como cadeias de respostas simples que podem ser observadas e medidas. Até 1950, B.F.Skinner baseou suas teorias em experiências de laboratório e não em observações introspectivas. Contudo, seu enfoque era mais radical e diferenciava-se de Watson no que dizia respeito aos fenômenos internos, como os sentimentos, que não deveriam ser elementos de estudo.

Desde então, os psicólogos behavioristas se preocuparam em compreender como aparecem e se mantêm as diferentes formas de comportamento: as interações, as mudanças ou as condições que prevalecem sobre a conduta. O behaviorismo atual introduziu o emprego do método experimental para o estudo de casos individuais e demonstrou que estes princípios são úteis para resolver problemas práticos em diversas áreas da psicologia aplicada.
Crítica e defesa do Behaviorismo
Os críticos dizem que o behaviorismo simplifica demasiado o comportamento humano e que vê o ser humano como um autômato ao invés de uma criatura com vontade e metas.Independente do que os críticos dizem, a abordagem comportamentalista exerceu uma forte influência na Psicologia aplicada, principalmente nos Estados Unidos levando ao estudo de problemas reais relativos a comportamento. E uma vez que aprendizagem é uma forma de mudança de comportamento, o procedimento de modificação de comportamento desenvolvido pelos comportamentalistas foi útil a muitos professores.                       

Glossário Behaviorismo

Atenção - é um processo cognitivo pelo qual o intelecto focaliza e seleciona estímulos, estabelecendo relação entre eles.
Behaviorismo- Estudo do comportamento, fundado tão-somente na observação e análise das reações visíveis do organismo aos estímulos exteriores e conseqüente rejeição do método introspectivo.

Controle- Ato de dirigir qualquer serviço, fiscalizando-o e orientando-o do modo mais conveniente.

Condicionamento- Processo pelo qual uma resposta definitiva vem a ser provocado por um estímulo, objeto ou situação, diversa da resposta natural ou original

Comportamento - Em sentido restrito, designação genérica de cada modo de reação em face de um estímulo presente; em sentido amplo, qualquer atividade, fato ou experiência mental, passível de observação direta ou indireta.

Controle- Ato de dirigir qualquer serviço, fiscalizando-o e orientando-o do modo mais conveniente.

Decisão - “o processo de análise e escolha entre várias alternativas disponíveis do curso de ação que a pessoa deverá seguir”. Chiavenato (1997) p. 710

Descriminação - Ato ou efeito de descriminar.

Distinção- Ato ou efeito de distinguir. Percepção da diferença entre pessoas ou coisas.

Emoção - Complexo estado moral que envolve modificações da respiração, circulação e secreções, bem como repercussões mentais de excitação ou depressão; nas emoções intensas as funções intelectuais deperecem ou se desorganizam.

Estímulo - Aquilo que estimula. Qualquer coisa que torna mais ativa a mente, ou incita à atividade ou a um aumento de atividade.

Esquiva - Ato ou efeito de esquivar.

Extinção - Ação ou efeito de extinguir; apagamento. Destruição, fim.

Generalização - Ato ou efeito de generalizar. Extensão de um princípio ou de um conceito a todos os casos a que pode aplicar-se.

Limitação - Ato ou efeito de limitar ou de limitar-se. Restrição, redução.

Motivação - Espécie de energia psicológica ou tensão que põe em movimento o organismo humano, determinando um dado comportamento.

Metodológico - Que diz respeito à metodologia.

Operante - Que opera; próprio para operar.

Percepção - é a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir de histórico de vivências passadas.

Personalidade - Conjunto de características psicológicas que determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguém.

Punição -Ato ou efeito de punir; pena, castigo.

Reforço - Ação ou efeito de reforçar. Auxílio.

Respondente - Pessoa que depõe, sendo inquirida por artigos.

Sentimento - Ação ou efeito de sentir. Faculdade ou capacidade de sentir, de receber impressões mentais.                             
                                        Fonte: http://www.eps.ufsc.br/disserta97/longen/cap3.htm. Texto “O BEHAVIORISMO” (discutido em sala)
BOCK, Ana; FURTADO, Odair e TEIXEIRA, Maria. Psicologias. Uma introdução ao estudo de  Psicologia. São Paulo: Saraiva, 1992. http://penta2.ufrgs.br/edu/cai/behaensi2.html


Enfim, há muitas críticas de estudiosos contra essa teoria, umas das criticas Noam Chomsky alega que esta teoria não é suficiente para explicar fenômenos da linguagem e da aprendizagem, levam o Behaviorismo a perder espaço entre as teorias psicológicas dominantes.

Claro que como todas as teorias ele não esta totalmente correto em certos pontos, mas
 eu particularmente acho uma teoria muito interessante.

Assista esse vídeo para entender melhor essa Teoria:
Filme de 8 minutos e pouco.
CUIDADO 
Pois perto do  FINAL, ELE DA UM SUSTO

nos 07:47 minutos 
(mais ou menos para explicar que o susto é um reflexo).

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Paul Bloom e Mentalismo como forma infantil de raciocínio

"A bola me bateu. Ela é feia e má!"

Paul Bloom e Mentalismo como forma infantil de raciocínio



Paul Bloom, um psicólogo de Yale, defende uma tese interessante sobre o desenvolvimento do intelecto.


Baseado em experimentações e observações de crianças de diversas idades e culturas, Bloom defende que o dualismo e personalismo são um "modo infantil de raciocínio".


Dualismo: a crença de que tudo que existe tem uma correspondência não-física. Pode ser um espírito, eu ou mente. Ex: "Meu amigo imaginário é na verdade uma fada que vem de um mundo mágico, diferente deste que vivemos".

Personalismo: a crença de que tudo que existe é uma pessoa, tem consciência, intenções, sentimentos, vontades, etc. Ex: "Se choveu, é porque a nuvem quis me molhar".


Se você somar o Dualismo e o Personalismo, temos uma versão do Mentalismo (Que ocorre mesmo antes dela saber falar, o que indica que não foi aprendido culturalmente).


Ex: Se Joãozinho, de 2 anos, tropeça na cadeira, agride esse objeto e grita: "Cadeira má!". Joãozinho vê a cadeira como um sujeito, portador de intenções.


A conclusão de Bloom é que todos somos naturalmente mentalistas na infância, por uma questão desenvolvimental de pouca sofisticação intelectual nessa época.


A medida que amadurecemos, prossegue Bloom, o dualismo vai sendo gradativamente substituído por uma visão monista de mundo ("Estou conectado, sou parte do mundo, que é aqui e agora"); e analogamente, o Personalismo vai sendo substituído por uma compreensão de que as coisas podem também ocorrer, costumeiramente, de forma meramente contingencial, através de concatenações de eventos ("Se uma enchente destruiu a cidade isso tem a ver com diversos fatores, mas não tem a ver com um homem mau que mandou a chuva").


Assim como Piaget disse que a criança adquire o conceito de"permanência do objeto" a medida que amadurece, Bloom diz que o pensamento monista e contingencial tende a substituir a forma infantil de intelecto (dualista e personalista).


Agora, uma reflexão minha: será que isso ocorre com todas as pessoas? 


No caso de não (e acho que não mesmo!), pensei em 3 desdobramentos desse modo infantil de pensar em adultos:


1) Bloom defende que a religião pode ser amplamente explicada por uma persistência desse modo infantil de pensar (Na qual Deus ou afins preenchem as lacunas dualistas e personalistas). 


2) Da mesma forma, às vezes uma pessoa adulta e inteligente pode dar uma de criança, e chutar uma máquina que não funciona, dizendo:"Essa máquina maldita! Que idiota que ela é".


3) Não só a religião, mas boa parte da Filosofia e da Psicologia também é devedora a isso que Bloom identificou, creio. Afinal, a maior parte de nossa tradição intelectual é mentalista (dualista e personalista).

fonte: http://olharbeheca.blogspot.com/2011/03/paul-bloom-e-mentalismo-como-forma.html

sexta-feira, 18 de março de 2011

O Crescimento da Criança Segundo Piaget



Quem foi Jean Piaget                                                 
        Jean Piaget (1896-1980) foi um psicólogo e filósofo suíço, conhecido pelo seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil. Piaget passou grande parte de sua carreira profissional interagindo com crianças e estudando o seu processo de raciocínio. Os seus estudos tiveram um grande impacto sobre os campos da Psicologia e Pedagogia.

O que se entende por estádios de desenvolvimento
   A noção de estádio é, de certo modo, artificial e surge como instrumento de análise, indispensável para a explicação dos processos e das características que se vão formando ao longo do desenvolvimento da criança.
   A criança, à medida que evolui vai-se ajustando à realidade circundante, e superando de modo cada vez mais eficaz, as múltiplas situações com que se confronta.
   Se uma criança de 3 anos resolve determinado problema, suscitado pelo meio, que não conseguia aos 2 anos, é porque possui, a partir de agora uma determinada estrutura mental diferente da anterior e, de certo modo, superior, porque lhe permite resolver novos problemas e ajustar- se à situação.
   Os sucessivos ajustamentos da criança ao meio que se vão manifestando ao longo do seu desenvolvimento deve interpretar- se em função desses mesmos estádios. 
   Os vários psicólogos da criança não são unânimes no que se refere à sucessão dos estádios, na medida em que cada um os aplica como instrumentos da sua própria teoria explicativa.
   Piaget refere-se a estádios não numa perspectiva global, mas cada estádio não comportando todas as funções: mentais, fisiológicas, sociais e afectivas, mas somente funções específicas. Assim considera a existência de estádios diferentes relativamente à inteligência, à linguagem e à percepção. Piaget refere que a aceitação da noção de estádio exige determinados pressupostos, tais como:
 -Carácter integrado de cada estádio. As estruturas construídas e específicas de determinada idade da criança tornam- se parte integrante da estrutura da idade seguinte;
 -Estrutura do conjunto. Os elementos constituintes de determinado estádio estão intimamente ligados entre si e contribuem conjuntamente para caracterizar determinada conduta;
 -Todo o estádio tem um nível de preparação e um nível de consecução .O estádio não surge definido e acabado, mas evolui no sentido da sua superação.
 - As crianças podem iniciar e terminar determinado estádio em idades diferentes. O período estabelecido para delimitar os  estádios é médio.
   Os estádios de Piaget colocam a tónica na função intelectual do desenvolvimento. Ele não nega a existência e a importância de outras funções, mas delimita e especifica o campo da sua investigação ao domínio da epistemologia genética.
   A psicologia da criança, em Piaget, quase se identifica com uma psicologia da inteligência.
Estádios de desenvolvimento                                               Cada estádio é definido por diferentes formas do pensamento. A criança deve atravessar cada estádio segundo uma sequência regular, ou seja, os estádios de desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a criança não for estimulada / motivada na devida altura não conseguirá superar o atraso do seu desenvolvimento. Assim, torna-se necessário que em cada estádio a criança experiêncie e tenha tempo suficiente para interiorizar a experiência antes de prosseguir para o estádio seguinte.   
 Normalmente, a criança não apresenta características de um único estádio, com excepção do sensório - motor, podendo reflectir certas tendências e formas do estádio anterior e / ou posterior, Ex. : uma criança que se encontre no estádio das operações concretas pode ter pensamentos e comportamentos característicos do pré-operatório e / ou algumas atitudes do estádio das operações formais.

Estádio sensório- motor (0 - 18/24 meses)
    A actividade cognitiva durante este estádio baseia-se, principalmente, na experiência imediata através dos sentidos em que há interacção com o meio, esta é uma actividade prática. Na ausência de linguagem para designar as experiências e assim recordar os acontecimentos e ideias, as crianças ficam limitadas à experiência imediata, e assim vêem e sentem o que está a acontecer, mas não têm forma de categorizar a sua experiência, assim, a experiência imediata durante este estádio, significa que quase não existe nada entre a criança e o meio, pois a organização mental da criança está em estado bruto, de tal forma que a qualidade da experiência raramente é significativa, assim, o que a criança aprende e a forma como o faz permanecerá como uma experiência imediata tão vivida como qualquer primeira experiência. A busca visual é um comportamento sensório-motor e é fundamental para o desenvolvimento mental, pois este tem que ser aprendido antes de um conceito muito importante designado por permanência do objecto. À medida que as crianças começam a evoluir intelectualmente compreendem que, quando um objecto desaparece de vista, continua a existir embora não o possam ver, pois ao saberem que esse desaparecimento é temporário, são libertas de uma incessante busca visual. A experiência de ver objectos nos primeiros meses de vida e, posteriormente, de ver os mesmos objectos desaparecer e aparecer tem um importante papel no desenvolvimento mental. Assim, podemos afirmar que a ausência de experiência visual durante o período crítico da aprendizagem sensório - motora, impede o desenvolvimento de estruturas mentais. Sendo durante este estádio que os bebés aprendem principalmente através dos sentidos e são fortemente afectados pelo ambiente imediato, mas contudo, sendo também neste estádio que a permanência do objecto se desenvolve, podemos então afirmar que, os bebés são capazes de algum pensamento representativo, muito semelhante ao do estádio seguinte, pois seria um erro afirmar que, sendo a sua fala, gestos e manipulações tão limitadas, não haveria pensamento durante o período sensório-motor. “Nada substitui a experiência”, é uma boa síntese do período sensório-motor do desenvolvimento cognitivo, pois é a qualidade da experiência durante este primeiro estádio que prepara a criança para passar para o estádio seguinte.
  
Estádio Pré-operatório (2 - 7 anos)
Este estádio também chamado pensamento intuitivo é fundamental para o desenvolvimento da criança. Apesar de ainda não conseguir efectuar operações, a criança já usa a inteligência e o pensamento.Este é organizado através do processo de assimilação, acomodação e adaptação.
Neste estádio a criança já é capaz de representar as suas vivências e a sua realidade, através de diferentes significantes:
Jogo : Para Piaget o jogo mais importante é o jogo simbólico (só acontece neste período), neste jogo predomina a assimilação (Ex. : é o jogo do faz de conta, as crianças "brincam aos pais", "ás escolas", "aos médicos", ...). o jogo de construções transforma-se em jogo simbólico com o predomínio da assimilação (Ex. : Lego - a criança diz que a sua construção é, por exemplo, uma casa. No entanto, para os adultos "é tudo menos uma casa").
Inicialmente (mais ao menos aos dois anos), a criança fala sozinha porque o seu pensamento ainda não está organizado, só com o decorrer deste período é que o começa a organizar, associando os acontecimentos com a linguagem na sua acção.
A criança ao jogar está a organizar e a conhecer o mundo, por outro lado, o jogo também funciona como "terapia" na libertação das suas angustias. Além disto, através do jogo também nos podemos aperceber da relação familiar da criança (Ex. : Quando a criança brinca com as bonecas pode mostrar a sua falta de amor por parte da mãe através da violência com que brinca com elas).
Desenho : Até aos dois anos a criança só faz riscos, sem qualquer sentido, porque, para ela, o desenho não tem qualquer significado.
A criança, aos três anos já atribui significado ao desenho, fazendo riscos na horizontal, na vertical, espirais, círculos, no entanto, não dá nome ao que desenha. Tem uma imagem mental depois de criar o desenho.Mas aos quatro anos a criança já é mais criativa e começa a perceber os seus desenho  e projecta no desenho o que sente.
De um modo geral, podemos dizer que, neste estádio, o desenho representa a fase mais criativa e diversificada da criança.
A criança projecta nos seus desenhos a realidade que ela vive, não há realismo na cor, e também não há preocupação com os tamanhos. Nesta fase os desenhos começam a ser mais compreensíveis pelos adultos. A criança vai desenhar as coisas à sua maneira e segundo os seus esquemas de acção e não se preocupa  com o realismo. Também aqui a criança vai utilizar a assimilação.
Linguagem : A linguagem, neste período, começa a ser muito egocêntrica, pouco socializada, ou seja, a linguagem está centrada na própria criança. Ela não consegue distingir o ponto de vista próprio, do ponto de vista do outro e, por isso, revela uma certa confusão entre o pessoal e o social, o subjectivo e o objectivo. Este egocentrismo não significa egoísmo moral. Traduz, "por um lado, o primado da satisfação sobre a constatação objectiva ... e, por outro, a deformação do real em função da acção e ponto de vista próprios. Nos dois casos, não tem consciência de si mesmo, sendo sobretudo uma indissociação entre o subjectivo e o objectivo ...".Isto manifesta-se através dos monólogos e dos monólogos colectivos, (Ex. : quando num grupo de crianças estão todas a falar, dá a sensação que estão a conversar umas com as outras, mas não, estão sim todas a falarem sozinhas e ao mesmo tempo, ou seja, cada uma está no seu monólogo e assim manifesta o seu egocentrismo).
O termo egocentrismo, característica descritiva do pensamento pré-operatório, foi progressivamente sendo utilizado por Piaget, que o substitui pelo termo descentração.
A partir dos dois anos dá-se uma enorme evolução na linguagem, a título de exemplo, uma criança de dois anos compreende entre 200 a 300 palavras, enquanto que uma de cinco anos compreende 2000. Este aumento do número de vocábulos é favorecido pela forte motivação dos pais, ou seja, quanto mais forem estimulados (canções, jogos, histórias , etc.), melhor desenvolvem a sua linguagem. Neste estádio a criança aprende sobretudo de forma intuitiva, isto é, realiza livres associações, fantasias e atribui significados únicos e lógicos. Se atentarmos a uma experiência muito conhecida de Piaget em que é dado a uma criança dois copos de água com igual quantidade de líquido, embora um alto e estreito e outro baixo e largo, intuitivamente a criança escolhe o copo alto pois no seu entender este parece conter mais água.
Imagem e pensamento : A imagem mental é o suporte para o pensamento. A criança possui imagens estáticas tendo dificuldade em dar-lhe dinamismo. O pensamento existe porque há imagem. É um pensamento egocêntrico porque há o predomínio da assimilação, é artificial. Na organização do mundo a criança dá explicações pouco lógicas.

   Entre os 2 e os 7 anos distinguem-se dois subestádios: o do pensamento intuitivo e o do pensamento pré - conceptual. O pensamento intuitivo surge a partir dos 4 anos, permitindo que a criança resolva determinados problemas, mas este pensamento é irreversível, isto é, a criança está sujeita às configurações preceptivas sem compreender a diferença entre as transformações reais e aparentes. No pensamento pré - conceptual domina um pensamento mágico, onde os desejos se tornam realidade e que possui também as seguintes características:   
    Animismo - A criança vai dar características humanas a seres inanimados.Este animismo vai desaparecendo progressivamente, aqui salienta-se a importância do papel do adulto, na medida que, a partir, sensivelmente dos cinco anos, não deve reforçar, mas sim atenuar o animismo.
    Realismo - A realidade é construída pela criança. Se no animismo ela dá vida às coisas, no realismo dá corpo, isto é, materializa as suas fantasias. Se sonhou que o lobo está no corredor, pode ter medo de sair do quarto.
    Finalismo - Existe uma relação entre o finalismo e a causalidade. A criança ao olhar o mundo tenta explicar o que vê, ela diz que se as coisas existem têm de ter uma finalidade, no entanto, esta ainda é muito egocêntrica. Tudo o que existe, existe para o bem essencial dela própria. Também aqui o adulto reforça o finalismo. Vai diminuindo progressivamente ao longo do estádio, apesar de persistir mais tempo que o animismo, devido às atitudes  e respostas que os adultos dão às crianças.
Com o decorrer do tempo, os pais terão de ensinar, à criança, novos conceitos, de modo  que  futuramente ela não tenha dificuldade em aprendê-los.
    Artificialismo - É a explicação de fenómenos naturais como se fossem produzidos pelos seres humanos para lhes servir como todos os outros objectos: o Sol foi aceso por um fósforo gigante; a praia tem areia para nós brincarmos.

   Piaget, considerou a irreversibilidade uma das características mais presentes no pensamento da criança pré-operatória, para melhor entendermos este ponto, tomemos em conta a seguinte experiência:
   Piaget questionou uma criança de quatro anos : "Tens uma irmã? Sim, e a tua irmã tem uma irmã? Não, ela não tem uma irmã, eu sou a minha irmã". Através das respostas dadas pela criança Piaget apercebeu-se da grande dificuldade que estas têm em compreender a reversibilidade das relações. No seu entender, a criança não tem mobilidade suficiente para compreender que quando uma determinada acção já está realizada podemos voltar atrás. Desta forma,  podemos dizer que as estruturas mentais neste estádio são amplamente intuitivas, livres e altamente imaginativas.
   Para concluir a abordagem a este estádio é importante referir que a criança ao contactar com o meio de forma activa está a favorecer a sua aprendizagem de uma forma criativa e original.
   Este estádio é fundamental pois a criança aprende de forma rápida e flexível, inicia-se o pensamento simbólico, em que as ideias dão lugar á experiência concreta. As crianças conseguem já partilhar socialmente as aprendizagens fruto do desenvolvimento e da sua comunicação.

Estádio das operações concretas (7 - 12 anos)
    Para Piaget é neste estádio que se reorganiza verdadeiramente o pensamento. Como já referi no estádio anterior as crianças são sonhadoras, muito imaginativas e criativas. É a partir deste estádio (operações concretas) que começam a ver o mundo com mais realismo, deixam de confundir o real com a fantasia. É neste estádio que a criança adquire a capacidade de realizar operações. Podemos definir operação como a acção interiorizada - realizada no pensamento, componivel - composta por várias acções ; reversível - pode voltar ao ponto de partida. A criança já consegue realizar operações, no entanto, precisa de realidade concreta para realizar as mesmas, ou seja, tem que ter a noção da realidade concreta para que seja possível à criança efectuar as operações.
   Para compreendermos qual o aspecto fundamental do período que estamos a analisar, voltamos a referir a experiência dos copos de água. Se no estádio anterior a criança não conseguia perceber que a quantidade era a mesma independentemente do formato do copo, neste estádio elas já percebem que a quantidade (volume) do líquido é a mesma, pois já compreendem a noção de volume, bem como peso, espaço, tempo, classificação e operações numéricas.
Espaço - organiza-se pela organização diferenciada dos vários espaços. A criança vai conhecendo os vários espaços nos quais interage, organizando-os. Também aqui está presente a reversibilidade do real, onde o conceito de espaço está relacionado com o conceito de operação. O espaço isolado por si só não existe.
Tempo -  não há reversibilidade do real, o tempo existe apenas no nosso pensamento, os acontecimentos sucedem-se num determinado espaço, e o tempo vai  agrupando-os.
Peso - para que a criança domine este conceito é fundamental que compare diversos objectivos para os poder diferenciar.
Classificação - primeiro a criança tem que agrupar os objectos pela sua classe e tamanho, depois os classificar e consequentemente adquirir conceitos.
Operações numéricas - primeiro a criança aprende o conceito de número e seriação, por volta dos sete anos, depois a classificação da realidade, mas essa classificação vai variando conforme a aprendizagem que ela vai fazendo ao longo do tempo.
   Apesar de neste estádio a criança já conseguir efectuar operações correctamente, precisa ainda de estar em contacto com a realidade, por isso o seu pensamento é descritivo e intuitivo /parte do particular para o geral). Ao longo deste período já não tem dificuldade em distinguir o mundo real da fantasia. A criança já interiorizou algumas regras sociais e morais e, por isso, as cumpre deliberadamente para se proteger. É nesta fase que a criança começa a dar grande valor ao grupo de pares, por exemplo, começa a gostar de sair com os amigos, adquirindo valores tais como a amizade, companheirismo, partilha, etc., começando a aparecer os lideres.
   Progressivamente a criança começa a desenvolver capacidade de se colocar no ponto de vista do outro, descentração cognitiva e social. Nesta fase deixa de existir monólogo passando a haver diálogo interno. O pensamento é cada vez mais estruturado devido ao desenvolvimento da linguagem. A criança tem já mais capacidade de estar concentrada, e algum tempo interessada em realizar determinada tarefa.

Estádio das operações formais (11/12 - 15/16 anos)
    A transição para o estádio das operações formais é bastante evidente dadas as notáveis diferenças que surgem nas características do pensamento. É no estádio operatório formal que a criança realiza raciocínios abstractos, não recorrendo ao contacto com a realidade. A criança deixa o domínio do concreto para passar às representações abstractas. É nesta fase que a criança desenvolve a sua própria identidade, podendo haver, neste período problemas existências e dúvidas entre o certo e o errado. A criança manifesta outros interesses e ideais que defende segundo os seus próprios valores e naquilo que acredita.
   O adolescente pensa e formula hipóteses, estas capacidades vão permitir-lhe definir conceitos e valores, por exemplo estudar determinada disciplina, como a geometria descritiva e a filosofia. A adolescência é caracterizada por aspectos de egocentrismo cognitivo, pois o adolescente possui a capacidade de resolver os problemas que  por vezes surgem á sua volta.

Como se efectua  a passagem  ao estádio seguinte
   Por vezes, as crianças observam os adultos ou outras crianças mais velhas quando estão a resolver o problemas. Notam que o fazem de uma maneira diferente da sua, por meio de regras que pertencem a outro estádio desenvolvimento e, por isso, sentem-se perdidas. Mas este sentimento, que se deve à disparidade entre elas e os mais velhos na resolução de problemas, tem os seus pontos benéficos. A criança procura então reduzir a distância que a separa das outras, mais velhas e, por isso, aprende novas regras. Se a criança for suficientemente madura imitará o modelo de acção usado pelos mais velhos e, por consequência, iniciará a sua entrada no estádio seguinte. A aprendizagem de conceitos novos e de esquemas de comportamento pode pois ser efectuada socialmente, pela observação de outras pessoas.
Conclusão
    Foi- me bastante útil a realização deste trabalho uma vez que me permitiu pensar num tema que apesar de fazer parte da nossa identidade enquanto pessoa que vive em sociedade, nunca tinha sido alvo de investigação e aprofundamento da minha parte.
   Devo realçar que de acordo com a definição de estádios de desenvolvimento apresentada neste trabalho, o crescimento é mais qualitativo do que quantitativo e que se caracteriza por grandes saltos em frente, seguidos por períodos de integração, mais do que por mudanças de grau lineares. A criança geralmente pensa de acordo com o estádio apropriado à sua idade, mas por vezes é capaz de um pensamento próprio do estádio seguinte, pois é a criança que está a evoluir por si sem pressões do exterior.
   Espero ter conseguido alcançar os objectivos a que me propus.
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